Cinquentenário da Cascavel de Ouro marca recorde de participantes e carros.

A prova mais tradicional do país paga prêmio inédito de R$ 100 mil ao vencedor Valmor Emilio Weiss e Marcel Sedano

O traçado do Autódromo de Cascavel ainda era de terra quando foi realizada a Cascavel de Ouro pela primeira vez, em 1967. Depois de 50 anos da primeira edição, a prova bate recorde de inscritos em 2017, com 56 carros e 121 pilotos de 12 estados do Brasil, um do Paraguai (Odair Santos) e um de Portugal (João Lemos). Conforme prevê a legislação desportiva, devido a extensão da pista de 3.058 metros, apenas 50 carros puderam disputar o título no dia 5 de novembro, e o prêmio inédito de R$100 mil, o segundo maior da história do automobilismo brasileiro ficando atrás somente da recompensa paga pela Stock Car.

O treino classificatório garantiu a permanência de 40 carros na competição, enquanto os outros 16 fizeram uma prova de repescagem para eliminar seis. Praticamente todas as categorias do automobilismo nacional tiveram representantes na 31ª edição da Cascavel de Ouro: Stock Car, Copa Truck, Sprint Race, Velocidade na Terra, Metropolitanos de Marcas, Kart, promovendo esta como a prova de longa duração mais prestigiada do país.

A dupla catarinense Eduardo Berlanda/Gustavo Magnabosco (VW Gol #133) da equipe Pein Competições conquistou a pole position marcando o tempo de 1min23s173, média da tomada dos dois pilotos. A dupla formada por pai e filho, Edgar e Israel Favarin (VW Gol #22), da Stumpf Preparações largou também na primeira fila seguidos de Leandro Zandona/Paulo Pizzoni (Ford Fiesta #88), Luiz Carlos Ribeiro/Peter Ferter (Ford Ka #44), André Nicastro/Lukas Moraes/Marcos Regadas (VW Gol #8, Miguel Laste/Ricardo Sperafico /Rodrigo Sperafico (Ford Ka #9), André Bragantini/Galid Osman (GM Celta #31), Edson do Valle/Wellington Justino (Ford Ka #246) , Felipe Carvalho/Guilherme Salas/Cássio Cortes (GM Celta #3) e Caito Carvalho/Paulo Bento (GM Celta #13), que completaram as 10 primeiras posições do grid de largada.

O regulamento da prova determina quatro paradas com tempo mínimo de quatro minutos cada para troca de pilotos e reabastecimento. Portanto, os fatores importantes foram a estratégia das equipes para cumprir as normas e a regularidade dos pilotos com os carros. Dada a largada, embora a fila “quilométrica” de carros que preencheram toda a reta dos boxes e a curva da vitória, nenhum acidente aconteceu no “temido” Bacião, curva em descida que tem um raio longo de 300 metros de extensão, a maior entre os autódromos brasileiros e uma das mais desafiadoras.

Com 25 minutos de prova, o Gol numeral 133 da dupla pole position Eduardo Berlanda/Gustavo Magnabosco teve a quebra da homocinética e abandonou a disputa. Quem assumiu a ponta foi a dupla campeã da edição de 2016, Thiago Klein e Odair dos Santos, que saiu do 14º posto.  Vários carros estiveram na liderança durante as 3 horas da competição. O Ford Ka #44, de Luiz Carlos Ribeiro/Peter Ferter, na 31ª volta; o GM Corsa #41 de Analino Sirtuli/João Lemos na 35ª volta; o GM Corsa #37 de Marcelo Campagnolo/Gastão Weigert, na 38ª volta, Luiz Carlos Ribeiro/Peter Ferter, na 57ª passagem; o GM Celta #555 de Renato Braga/Leandro Reis/Leandro Romera, na 64ª volta, o Gol #28 de Marcel Sedano/ Valmor Emilio Weiss, na 65ª passagem; O Ford Ka #246 de Edson do Valle/ Wellington Justino, na volta de n. 77; o GM Celta #117 de Gustavo Myasava/ Pedro Saderi, na 80ª volta; o Ford Ka #43 de Anderson  Portes/Juliano Bastos, na 82ª volta; Edson do Valle/ Wellington Justino reassumem a liderança na 98ª passagem, o Ford Fiesta #86 da dupla Nicolas Salmini/Gustavo Frigotto, na 106ª volta e, a dupla Marcel Sedano/ Valmor Emílio Weiss  retoma a liderança na volta de n. 108, faltando pouco mais de 13 minutos para o encerramento da prova de Ouro. Neste momento, oito carros estavam na mesma volta do líder.

Com a pilotagem mais regular entre os participantes e o bom acerto do Gol #28, a dupla Sedano/Weiss largou da 33ª posição do grid e foi a primeira a ver a bandeira quadriculada acenada pelo prefeito da cidade, Leonaldo Paranhos.  Além de faturar a 31ª edição da Cascavel de Ouro a dupla recebeu o cheque no valor de R$ 100 mil, depois de completar 120 voltas em 3h3min05s849, com uma vantagem de 15 segundos para segundo colocado, Edgar e Israel Favarin. As duas duplas colocaram a equipe Stumpf Preparações, de Cascavel, nas duas posições de maior honra do podium.

A Cascavel de Ouro completou bodas de ouro, mas não houve provas em todos os anos. A competição passou por algumas alterações como modelos de carros admitidos, número de participante por carro e até a duração, que variou entre duas e quatro horas. Desde 2014 o estatuto admite somente carros de Turismo 1600, a prova passou a ter três horas de duração e pode ser considerada um grande encontro dos melhores pilotos das modalidades do automobilismo brasileiro. Parabéns ao Edson Massaro, organizador do evento que foi, é e com certeza continuará sendo um grande sucesso.

Valmor Emílio Weiss

O campeão é tri

Foram oito meses de preparação do carro e dos pilotos da equipe Stumpf para a prova de 50 anos da Cascavel de Ouro. Muito trabalho, dedicação e esforço, que resultaram na vitória da dupla Valmor Emílio Weiss e Marcel Sedano no comando do Gol número 28. Durante os treinos e até mesmo na tomada de tempos que definiu o grid de largada, quem poderia imaginar que o vencedor sairia da 33ª posição? Talvez nem eles mesmos. Mas, era preciso acreditar e fazer tudo o que estava ao alcance para o melhor resultado possível.

Desafio pode ser a palavra que define bem a dupla. Com boa estratégia de parada para reabastecimento e troca de piloto o Gol #28 superou volta a volta os adversários. Assumiu a liderança na 65ª passagem. Perdeu a posição na parada regulamentar e retomou o posto faltando 13 minutos para o final. O curitibano Valmor Emilio Weiss estava na direção quando a bandeira quadriculada acenou indicando o fim da disputa ao carro vencedor. Sedano sentiu a emoção da vitória da tradicional prova Cascavelense pela primeira vez, enquanto Weiss comemorou o terceiro título de campeão (1996, 1997 e 2017), a “cobrinha de ouro” desta vez veio acompanhada de um cheque no valor de R$ 100 mil reais.

“Gostaria de agradecer a todas as pessoas. Aqueles que não acreditavam, os que invejaram, mas principalmente, aos que me apoiaram e me entenderam nesses oito meses de preparação que antecederam a prova. Costumo dizer que grandes conquistas demandam grandes esforços. Lute pelos seus sonhos e insista, sempre. Jamais fuja da batalha ou nunca sentirá o gostinho da vitória”, comemorou o piloto tricampeão da Cascavel de Ouro, Valmor Emílio Weiss.

Top 10 da Cascavel de Ouro 2017

Pos      N.        Clas                 Pilotos                                                Tempo

1º            28           VW Gol                 Marcel Sedano/Valmor Emilio                        3:02:05.849

2º            22           VW Gol                 Edgar Favarin/Israel Favarin                           3:02:21.348

3º            246         Ford Ka                 Edson Valle/Wellington Justino                      3:02:23.283

4º            107         VW Gol                 Edson Bueno/Diogo Pachenki                         3:02:32.198

5º            17           Ford Ka                 Daniel Kaefer/Carlos Souza                            3:03:07.657

6º            86           Ford Fiesta           Nicolas Salmini/Gustavo Frigotto                   3:03:20.516

7º            13           GM Celta              Caito Carvalho/Paulo Bento                            à 1 volta

8º            44           Ford Ka                 Luiz Carlos Ribeiro/Peter Ferter                     à 1 volta

9º            88           Ford Fiesta           Leandro Zandoná/Paulo Pizzoni                     à 1 volta

10º          19           Ford Ka                 G. Sirtoli/L.Fagundes                                         à 1 volta

Melhor volta: Eduardo Berlanda/Gustavo Magnabosco, 1min18s48 na 19ª passagem.