Velocidade na Terra José Bornemann. 42 anos de paixão e dedicação pelo automobilismo Por Eni Alves Publicado em 15 de fevereiro de 2018 Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Google+ Compartilhar no Pinterest Uma historia que merece ser reproduzida Na última etapa de 2017 do Campeonato Catarinense de Automobilismo (CCA), o talento, a dedicação, a paixão e toda a reputada história de José Bornemann no esporte a motor foram reconhecidos. O Auto Motor Clube de Joaçaba (AMCJ) presenteou o “dinossauro” das pistas de Terra da década de 1980 a 2000 com um troféu homenageativo, que emocionou o piloto veterano, seus filhos e todos os presentes. Nas diversas categorias o automobilismo brasileiro proporciona histórias fantásticas, em que os grandes vencedores se tornam ídolos não só nos seus estados, mas pelo país afora, e onde as conquistas são contadas e relembradas com o passar do tempo. Em 2018, o catarinense de Porto União mais paranaense que existe, o piloto, atuante no auge dos seus 64 anos, José Antonio Bornemann, completa 42 anos no esporte a motor. Ele anunciou a aposentadoria das luvas, do capacete e das sapatilhas no início de 2008, para ser chefe de equipe dos filhos Christiano e Lucas Bornemann, mas vez ou outra, o pé coça e o desejo de acelerar fala mais alto. É a paixão pela velocidade correndo nas veias. No período em que competiu mais ativamente, de 1976, quando iniciou no automobilismo a 2007, ano que participou integralmente do último campeonato, José Bornemann conquistou nove títulos de campeão. O primeiro, foi em 1979 pela categoria Força Livre, no Paranaense de Arrancada no Asfalto. De lá para cá, foram muitas conquistas e vitórias nas categorias Marcas, Divisão 3, Força Livre 1600, Força Livre 2000 (Mil Milhas) e Marcas 1.6, da Velocidade na Terra, em boa parte acompanhado por seus filhos Christiano e Lucas Bornemann, que naturalmente, se tornaram pilotos. Coleciona mais de 300 troféus, que ganhou em mais de 360 provas que participou. Embora tenha atuado em corridas no asfalto como Paranaense de Marcas e Pilotos, Mil Milhas Brasileiras, Seis Horas de Curitiba, 500 Milhas de Londrina, Cascavel de Ouro, 12 Horas do Rio de Janeiro e Seis Horas de Tarumã, foi no piso de chão batido, na Velocidade na Terra que alcançou as maiores conquistas. É hexacampeão Paranaense de VNT (1986, 1987, 1988, 2002, 2003 e 2005), pela categoria Marcas. Disputou provas de Jeep Raid e Paranaense de Rally de Regularidade, em que dividiu a emoção de ser campeão com o filho Christiano como navegador, em 1995. É bicampeão da prova 100 Milhas de São José dos Pinhais (2004 e 2006) em dupla com Felipe Schultz e Juca Lisboa, respectivamente, e conquistou ainda 11 vice-campeonatos. A dedicação maior nos últimos anos é no intuito de acompanhar a carreira dos filhos Christiano e Lucas Bornemann, mas participa de algumas provas tanto na terra como no asfalto. Sua última participação foi em dezembro, na etapa final do CCA em que marcava o terceiro melhor tempo na bateria de sábado e faltando três voltas para o final, um erro de aceleração na saída da curva fez o carro bater no barranco e capotar. “Foi a emoção que tomou conta depois de tanto tempo sem acelerar em Joaçaba, uma pista desafiadora. Nem participei da corrida de domingo porque o capote acabou com o carro”, comentou Bornemann à gargalhadas. Quem não achou graça nenhuma foi a esposa, Thelma Bornemann, que só ficou sabendo dias depois do ocorrido. “Eu acompanhava o “Zé” no início, quando ele corria com o nosso carro de passeio. Ele mesmo preparava, trocava as rodas e ia para pista, na segunda feira, trocava tudo e ia trabalhar. Depois de muito esforço e bom desempenho conseguiu patrocinadores. Deixei de ir nas corridas quando os três homens da família foram para a pista. O meu coração não aguentava! O que para eles é adrenalina, para mim é sofrimento, principalmente, depois de um capotamento sério em que o “Zé” quebrou os dois braços. Ele diz que não consegue mais fazer o “em nome do Pai”, mas pilotar consegue. Por mais que eles me afirmem que os carros têm os melhores equipamentos de segurança, eu prefiro ficar de longe, para sofrer menos. Ainda bem que a minha filha Michelle engravidou no ano em que ela iria começar a correr também. Mas depois o meu neto Bruno, filho do Christiano, entrou na roda. Faz muitas décadas e ainda não me acostumei. Mas eles gostam, é a cachaça deles e eu respeito. Eu fico aqui, de longe, na torcida e rezando para que todos voltem bem. Agora temos a Lara, filha do Lucas. É bebê ainda, mas eu espero que ela não herde esta loucura do restante da família”, comentou em tom de brincadeira, Thelma Bornemann. A presença de José Bornemann, com os filhos Christiano, Lucas e o neto Bruno na Cascavel de Ouro de 2017, fez a imprensa local especular. Já existem boatos que em 2018 poderá haver uma equipe deles na prova. Seria uma participação inédita do Clã Bornemann, com três gerações na pista, dividindo o mesmo carro, e mais uma bela história do automobilismo para ser contada. Por Eni Alves e Bispo Neto Fotos: Eni Alves e arquivo do piloto
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