“Bortoleto está no mesmo nível ou melhor que Hülkenberg”, diz italiano com mais de 250 corridas na F1

Riccardo Patrese é um dos grandes pilotos da história da Itália e correu ao todo 256 GPs na Fórmula 1, de 1977 à 1993. Neste período, acompanhou na pista o tricampeonato mundial de Ayrton Senna. A respeito de outro brasileiro, este disputando a atual temporada da F1, Gabriel Bortoleto é visto com bons olhos pelo italiano de 71 anos, em entrevista exclusiva à CoinPoker. Para ele, Bortoleto está no mesmo nível ou acima de Nico Hülkenberg, seu companheiro de equipe na Sauber.

“Quando ele chegou à Fórmula 1, pra ser sincero, eu nem reparei muito nele, mas agora ele está indo muito bem. É consistente, é rápido. Sabemos que o Hülkenberg é um bom piloto, então o Bortoleto estar no mesmo nível ou até melhor que o Hülkenberg significa que ele está fazendo um ótimo trabalho”, afirma.

Abaixo, confira a entrevista completa de Riccardo Patrese, que opinou sobre a atual temporada da Fórmula 1, Max Verstappen, Carlos Sainz, Geroge Russell e o próximo grande talento da categoria. Confira:

Mesmo o Max agora está dizendo que, se tudo for perfeito nas próximas sete corridas, ele pode vencer — o que é uma grande mudança em relação ao que ele falava há apenas um mês. Isso mostra onde ele e a Red Bull estão. Eles devem ser sérios candidatos, não?

Sim. O jeito como o Verstappen está falando mostra que ele sabe que o carro melhorou e que talvez ainda venham algumas pequenas melhorias. Então, ele tem a chance de realmente colocar pressão e talvez vencer o campeonato. Nas duas últimas corridas ele simplesmente sumiu na frente. Você nem via ele na TV, de tão longe que estava! Ele deixou todo mundo uns 30 segundos atrás. Então, ele pareceu muito forte. Estou bem animado para ver o que vai acontecer.

Se fosse você o chefe de equipe e o Max estivesse chegando, você ficaria com o Russell ou com o Antonelli?

Se eu quisesse ter a melhor equipe possível, eu ficaria com o Russell. Mas o meu coração, repito, está com o Kimi. E eu realmente espero que no próximo ano ele consiga provar que está no mesmo nível do Russell, porque aí ninguém vai poder dizer nada sobre o Kimi.

As pessoas dizem que é só o primeiro ano dele e que ainda é cedo na carreira, mas quando o trem passa, você tem que pular nele. Vamos dar pelo menos um ano pra ver o quão bom ele pode ser.

O quão feliz você está pelo Carlos Sainz e pela Williams depois do pódio recente dele?

O Sainz sempre faz um ótimo trabalho, onde quer que esteja. Ele saiu da Ferrari, mas também deixou um impacto muito positivo lá. Claro, houve toda aquela situação de marketing com o Lewis, que é um heptacampeão mundial. Então, alguém tinha que sair. Mas não há dúvida de que em todos os lugares por onde ele passou, o Carlos foi bem. Acho que ele provou mais uma vez que pode ser muito útil para qualquer equipe.

O Flavio Briatore tem dito que não vê quem será o próximo grande talento da nova geração na Fórmula 1. Você concorda que está faltando pilotos realmente excepcionais chegando ao esporte?

Digamos que no momento há alguns pilotos medianos na Fórmula 1. Não sei se há alguns realmente excepcionais vindo aí. Todo mundo esperava muito do Antonelli, mas o Hadjar está indo melhor do que ele este ano em termos de consistência. Mesmo quando o Verstappen chegou, ele cometeu erros, e havia dúvidas se ele realmente seria um talento fora de série.

Se eu tivesse que citar dois pilotos pelos quais estou curioso pra ver até onde podem chegar, o primeiro é o Hadjar. No próximo ano ele já vai ter um grande teste, porque será o segundo piloto do Verstappen na Red Bull. E o Verstappen mede muito bem a “febre” dos companheiros de equipe. O outro nome depois do Hadjar é o Kimi — quero ver se eles conseguem estar em um patamar superior.

Por Victor Rocha