Principal Matérias Velocidade no Asfalto Toyota Gazoo encara Fuji com a missão de reencontrar o pódio no WEC

Toyota Gazoo encara Fuji com a missão de reencontrar o pódio no WEC

Equipe japonesa confia no apoio da torcida e no trabalho técnico para transformar treinos sólidos em resultado na corrida “em casa”

Toyota Gazoo Racing, em Fuji, 2025 (Toyota Gazoo)

A penúltima etapa do Mundial de Endurance (WEC) de 2025 coloca a Toyota Gazoo Racing diante de uma oportunidade clara: retornar ao pódio em Fuji, sua casa, e interromper uma sequência de resultados frustrantes. O fim de semana ganha contornos especiais pela proximidade do Autódromo de Fuji com o Centro Técnico Higashi-Fuji — a cerca de 100 km a oeste de Tóquio — onde foi concebido e é produzido o trem de força dos GR010 HYBRID. Para a equipe, correr diante de parceiros, funcionários e de uma torcida numerosa aumenta a pressão — e a motivação.

No histórico recente do circuito, a Toyota construiu uma vantagem impressionante: são 15 pódios nas 11 corridas do WEC desde o retorno da categoria ao Japão em 2012, sendo nove vitórias. Ainda assim, a campanha de 2025 tem sido desafiadora; a equipe não sobe ao pódio desde o final de 2024, no Bahrein. No ano passado, aliás, o # 8 partiu na segunda posição e liderou boa parte da prova — um pódio que só acabou escapando após uma penalidade aplicada já nas voltas finais.

A tarefa não é simples: o grid de Fuji reúne 18 Hypercars de oito fabricantes, e a competitividade está alta. Essa dificuldade ficou também evidente em Austin, há duas semanas, quando condições adversas prejudicaram a atuação dos carros e nenhum Toyota conseguiu lutar consistentemente nas posições de ponta.

line-up traz Mike Conway de volta ao carro nº 7 — ele ficou de fora da etapa de Austin após um acidente nos treinos — retomando a parceria com Kamui Kobayashi (que acumula a função de chefe de equipe) e Nyck de Vries. No nº 8, seguem Sébastien Buemi, Brendon Hartley e o japonês Ryo Hirakawa, que corre “em casa” e tem forte apoio local.

Antes de a equipe entrar na pista, pilotos e staff participaram de ações em Tóquio: houve exibição de protótipos, inclusive o GR010 HYBRID nº 7 com a pintura especial de Le Mans, visitas a parceiros e contato direto com torcedores — muitos deles ocuparão uma arquibancada exclusiva da TOYOTA GAZOO Racing durante a prova.

Sexta-feira de treinos: progresso e foco nos pneus

O primeiro dia de trabalho em Fuji transcorreu sob sol, com temperatura próxima de 28 °C. A manhã serviu para coletar dados e ajustar sistemas mecânicos; à tarde, a equipe concentrou-se em simular trechos longos de corrida e entender a degradação dos pneus Michelin. Houve apenas duas breves bandeiras amarelas ao longo do dia, sem intercorrências que prejudicassem significativamente o programa.

No primeiro treino livre, o GR010 HYBRID nº 8 registrou o 6º tempo, enquanto o nº 7 ficou apenas em 17º — 1s720 atrás do líder. A sessão vespertina apontou evolução: o # 8 subiu ao 4º posto, a 0s361 do melhor tempo, e o # 7 avançou para 6º, a 0s381 da ponta. Essas leituras foram usadas para alinhar acertos aerodinâmicos e mecânicos visando o setor final do traçado, mais técnico, e a reta longa de 1,475 km, onde a estabilidade de frenagem e a máxima velocidade são cruciais.

O circuito e os desafios de acerto

O traçado de Fuji tem 4,563 km e combina extremos: uma reta principal onde os protótipos excedem 320 km/h e um terceiro setor estreito e exigente, que pede aderência aerodinâmica e mecânica, além de tração na saída das curvas. Para minimizar surpresas, os pilotos já fizeram simulações no simulador da equipe em Colônia (Alemanha) antes da viagem ao Japão; agora, o trabalho é transferi-las para a pista.

A tomada de tempos do Hypercar está programada para as 15h, horário local — 03h (horário de Brasília) — e define o grid para as 6 Horas de Fuji. A largada da corrida será às 11h, horário local — 23h (horário de Brasília, dia anterior). (Horários mantidos conforme material-fonte.)


O que disseram os pilotos

Kamui Kobayashi (chefe de equipe e piloto, carro nº 7): “É fantástico estar de volta ao WEC em Fuji e adorei pilotar o GR010 HÍBRIDO diante dos nossos fãs. Tivemos duas sessões limpas e fizemos bastante trabalho de acerto, então temos bastante informação para otimizar nosso carro. Ainda não somos os mais rápidos, então precisamos encontrar um pouco mais de velocidade antes da classificação“.

Mike Conway (piloto, carro nº 7): “Trabalhamos duro para elaborar um programa bastante abrangente nas duas sessões. Agora, vamos aplicar o que aprendemos e colocar em prática amanhã. Nos sentimos um pouco mais competitivos no segundo treino em comparação com a sessão da manhã, o que parece promissor. Mas precisamos tentar entender isso e continuar melhorando.”

Nyck de Vries (piloto, carro nº 7): “Foi ótimo estar na pista aqui no Japão e gostei das duas sessões. Tivemos a oportunidade de fazer algumas mudanças que nos ajudaram a aprender muito sobre o nosso carro e pneus. Agora precisamos analisar tudo e ver como podemos continuar melhorando. Não vai ser fácil, mas há apenas uma segunda sessão cobrindo os primeiros 15 Hypercars, então cada pequena melhoria importa, e continuaremos trabalhando duro.”

Sébastien Buemi (piloto, carro nº 8): “Já estamos aqui no Japão há alguns dias, vendo nossos parceiros e fãs. Agora é bom estar de volta ao carro. Tivemos duas sessões com um tempo bom e bom tempo. O grid do Hypercar parece apertado e ainda não estamos na frente. Vamos trabalhar duro para conseguir um pouco mais de tempo de volta e ver o que podemos fazer amanhã. É tudo uma questão de ajustar e extrair o máximo do nosso pacote.”

Brendon Hartley (piloto, carro nº 8): “Tivemos uma sexta-feira tranquila, sem problemas. Fizemos algumas mudanças significativas na configuração entre as duas sessões e notamos uma melhora. Obviamente, nossa situação de peso e potência não facilita. Mas estamos todos trabalhando duro para encontrar cada fração de segundo, especialmente aqui no Japão, diante da nossa torcida.”

Ryo Hirakawa (piloto, carro nº 8): “Foi um dia produtivo e melhoramos bastante o carro da manhã até a tarde. No início, foi difícil pilotar, mas trabalhamos muito juntos e tivemos uma sensação muito melhor na segunda sessão. Parece que o grid está apertado e tenho certeza de que todos vão melhorar no fim de semana, então ainda faltam alguns décimos. Vamos nos esforçar ainda mais para ganhar velocidade, mas estou otimista para a classificação.”

Resultados dos treinos livres (dados originais)

Treino Livre 1 – Fuji

1º – # 94 Peugeot TotalEnergies (Duval/Jakobsen/Vandoorne) — 1min 30,152s — 39 voltas

2º – # 93 Peugeot TotalEnergies (Di Resta/Jensen/Vergne) — +0,458s — 49 voltas

3º – # 009 Aston Martin THOR (Riberas/Sorensen) — +0,480s — 46 voltas

4º – # 007 Aston Martin THOR (Tincknell/Gamble) — +0,614s — 42 voltas

5º – # 5 Porsche Penske (Andlauer/Christensen) — +0,807s — 40 voltas

6º – # 8 TOYOTA GAZOO Racing — +1,074s — 50 voltas

17º – # 7 TOYOTA GAZOO Racing — +1,720s — 47 voltas

Treino Livre 2 – Fuji

1º – # 93 Peugeot TotalEnergies (Di Resta/Jensen/Vergne) — 1min 29,495s — 50 voltas

2º – # 5 Porsche Penske (Andlauer/Christensen) — +0,017s — 39 voltas

3º – # 009 Aston Martin THOR (Riberas/Sorensen) — +0,064s — 51 voltas

4º – # 8 TOYOTA GAZOO Racing — +0,361s — 48 voltas

5º – # 35 Alpine Endurance Team (Chatin/Habsburg/Milesi) — +0,379s — 49 voltas

6º – # 7 TOYOTA GAZOO Racing — +0,381s — 50 voltas

*Legenda/Créditos de imagem: Toyota Gazoo Racing, em Fuji, 2025 (Toyota Gazoo)

Carlos Rossi – Kabé / Red Line Motorsport

Jornalista | Repórter Fotográfico

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