Competidores percorreram 800 quilômetros passando pelas cidades de Guarapuava, Imbituva, Castro e Curitiba

Bolacha conquistou o tetracampeonato do Transparaná e Guga comemorou o título inédito
O Transparaná tem a missão todos os anos de abrir a temporada de rallys na região Sul do Brasil. E faz isso com uma das provas mais desafiadoras do país que reúne os melhores competidores das categorias Master, Graduado, Turismo e Turismo Light. No total, pilotos e navegadores percorreram mais de 800 quilômetros em provas que chegavam a quase oito horas de duração a cada dia. A competição aconteceu de 5 a 8 de fevereiro e reuniu mais de 50 veículos que passaram pelas cidades de Guarapuava, Imbituva, Castro e Curitiba.

Mesmo com a rivalidade entre duplas e as disputas em jogo todos os dias, o Transparaná tem a tradição de reunir os competidores, amigos e parceiros de rally depois das férias de final de ano. A grande maioria dos pilotos e navegadores abre a sua temporada de provas com o Transparaná e aproveita a oportunidade para rever os amigos e colocar as conversas em dia. “Foi a primeira prova do ano e foi importante rever os amigos, colocar a resenha em dia e nos divertirmos com uma boa trilha. Tivemos uma prova para todos os gostos, com etapa de estradão, etapa lisa com muito barro, etapa de reflorestamento e pista”, detalha o navegador de Capinzal (SC) que compete pela categoria Master, Michael Masson.

Após as provas, os pontos de chegada em cada cidade mostraram a organização do campeonato e o clima de amizade entre os participantes. As equipes de apoio montavam suas estruturas e coloriam os espaços enquanto a equipe do Transparaná levantava seu balão e o pódio já a espera da chegada dos competidores e dos campeões do dia. Muitos pilotos e navegadores levaram a família para acompanhar a competição. O navegador campeão da categoria Master, Enedir da Silva Júnior, o Bolacha, veio de Chapecó (SC) e pela primeira vez pôde contar com a companhia do filho Enzo. “Para mim o mais importante foi levar meu filho junto. Foi a primeira vez em todos esses anos de rally que ele me acompanhou. Então eu estava feliz demais com ele junto com a equipe de apoio. Pra mim foi fantástico”, conta Bolacha.

O 26º Transparaná contou com direção de prova de Vander Hirt, o Fritão, largou de Guarapuava e percorreu estradas de terra em deslocamento, reflorestamentos e fazendas fechadas com os carros passando por terrenos acidentados com muita poeira e barro. A chuva nas regiões durante o percurso foi esparsa e não chegou a interferir muito nas condições dos terrenos. Depois de passar por Imbituva e Castro, os competidores seguiram para Curitiba cumprindo um trecho em uma pedreira. A região proporcionou lindas imagens e muitas pegadinhas para definir de vez o título do campeonato em cada categoria.

Dobradinha da GS Racing na Master

A disputa do título da categoria destinada aos competidores mais experientes ficou entre duas grandes duplas da GS Racing. O piloto Flávio Roberto Kath, o Poder, de Blumenau (SC), e o navegador Rafain Walendowsky, de Brusque (SC), venceram no primeiro e no terceiro dia de provas, mas enfrentaram problemas no segundo e quarto dia. O piloto Gustavo Schmidt, o Guga, de São José (SC) e o navegador Bolacha ficaram em terceiro em Guarapuava, venceram no segundo dia de Transparaná e conquistaram a segunda colocação nos dois últimos dias de competição. Com a soma de todos os resultados das etapas, a dupla foi a mais regular e sagrou-se campeã da 26ª edição do Transparaná.

“Eu estava um pouco nervoso no começo, nunca tinha chegado nem perto da vitória nessa competição. É uma prova completamente diferente, ela é difícil, e tem bastante gente de alto nível andando. É um sonho poder ganhar o Transparaná. Já ganhei vários títulos em várias competições, mas esse foi o primeiro. O carro foi simplesmente perfeito, aceitou tudo, não tivemos nenhum problema, nenhuma quebra. O Troller foi forte e muito gostoso de dirigir. A gente estava com a máquina certa para ganhar o campeonato. E foi um prazer andar com o Bolacha que sempre foi meu ídolo na navegação e dessa vez pude andar do lado dele”, destaca o piloto de São José.

Com o título conquistado esse ano, Bolacha comemorou o tetracampeonato da competição. “Achei o Transparaná muito legal, prova disputada e muito difícil. Claro que a gente sempre quer o mais desafiador, o mais difícil, com mais velocidade e o mais complicado, quanto mais complicado a trilha pra nós, o rally em si, melhor. Todas as duplas tinham chances de buscar um resultado bom no pódio no final do campeonato, mas eu e o Guga conseguimos andar bem em todas as etapas”, diz.

Piloto com título inédito e navegador bicampeão na Graduado

Uma dupla correndo pela primeira vez junta e estreia em uma nova competição. Todo mundo participa para ganhar, mas a nova combinação da dupla de Brusque (SC) formada pelo piloto Júlio Schlindwein Júnior, o Kuka, e o navegador Ivo Renato Mayer, da equipe GS Racing, não deixava os dois entre os favoritos da categoria. No entanto, a dupla assumiu a liderança da Graduado no terceiro dia de competição e surpreendeu com festa em Curitiba.

“Sempre tive muita vontade de fazer o Transparaná, mas nunca dava certo pelas datas e este ano deu certo, formei a dupla com o Ivo e fomos para a nossa primeira prova juntos. Entramos focados para buscar esse título, mas sabíamos que seria difícil, pois é um grande grid com ótimos pilotos e navegadores de todo o Brasil. Foram quatro dias de provas e tivemos que ter o carro 100% revisado, e ele não nos deixou na mão nem um dia. Também precisávamos estar focados na prova, pois não existe margem para o erro nesta categoria, onde qualquer erro pode tirar você da briga”, afirma Kuka.

A dupla começou a competição com um quarto lugar em Guarapuava, mas conquistou dois segundos lugares em Imbituva e Castro e seguiu para Curitiba já na primeira colocação da Graduado. Com o título conquistado ao lado da nova dupla, Ivo se tornou bicampeão do Transparaná. “É uma prova desafiadora e completa que desafia as três coisas: piloto, navegador e equipamento. Claro que a gente vai sempre para ganhar, mas o resultado desse ano foi um pouco surpreendente porque tinha muita gente boa andando e eu nunca tinha andado com o Kuka”, conta Ivo.

Dupla inédita vence na Turismo

O piloto Rafael Decker, de Cascavel (PR), e o navegador Marcos Vinícius Marchioro, o Kaco, de Francisco Beltrão (PR), se conheciam, mas a primeira vez que sentaram um ao lado do outro para competir foi nesta edição do Transparaná. E a estreia rendeu pódio e título inédito para a dupla. “Foi a primeira vez que eu ganhei em quatro ou cinco edições que participei. O Kaco nunca tinha navegado pra mim, a gente se conhecia, mas nunca dentro do carro. Fomos fazer para participar. Sonho de ganhar todo mundo tem, mas a gente não sabia se dava. Além disso, acho que o nosso carro era o único do grid do modelo antigo de Troller, e isso faz uma diferença grande dentro da trilha, em relação a motor e suspensão, o carro é totalmente diferente. Mas a gente conseguiu ganhar. E com resultados bons. Todo o dia a gente andou bem. Andamos sem direção hidráulica e sem reduzida no mesmo dia. Foi muito bom”, detalha Rafael.

A dupla venceu o primeiro e terceiro dias de provas em Guarapuava e Castro, ficou na segunda colocação em Imbituva e chegou em Curitiba com um terceiro lugar. Com a soma dos pontos de todas as etapas, Rafael e Marcos comemoram o título inédito do Transparaná. “A etapa de Guarapuava foi uma prova bem legal, bem desafiadora. Inclusive foi o dia que a gente conseguiu três primeiros lugares e um quinto nas etapas”, conta Marcos.

A dupla enfrentou problemas no carro no segundo dia de prova, mas mesmo com dificuldades completou os 238 quilômetros do trajeto do dia, consertou o carro e buscou outra vitória na terceira prova da competição. “No segundo dia a gente se deslocou para Imbituva e na parte da tarde o carro quebrou a tração da reduzida e arrebentou uma mangueira da direção hidráulica, mas mesmo assim com muita dificuldade a gente conseguiu concluir. Consertamos o carro e seguimos para Castro, mas nós já estávamos com os amortecedores estourados e não achamos peças de reposição para o Troller. Mesmo assim, conseguimos concluir muito bem a etapa de Castro e novamente com o primeiro lugar. Na prova de Curitiba a gente se impôs muita responsabilidade para ganhar o campeonato e cometeu uns errinhos e acabou concluindo em terceiro lugar”, detalha o navegador campeão da Turismo.

Para Marcos, a 26º edição do Transparaná foi a melhor que ele já participou, principalmente pela decisão da direção de prova de realizar as disputas somente dentro de reflorestamentos e fazendas fechadas. “De todos as três edições do Transparaná que eu participei a desse ano foi a melhor, não só porque a gente ficou em primeiro, mas porque foi um rally rápido e muito bem desenhado pelo Vander. Essa parte de colocar estradas normais como deslocamento e fazer as provas somente dentro dos reflorestamentos foi uma ótima decisão. Foi uma das melhores provas que eu andei com certeza”, conclui.

Pai e filha vencem na Light

Para encerrar a lista de campeões uma dupla formada por pai e filha representou o lado família do rally e do Transparaná e também levou uma mulher para figurar entre os campeões de 2020 da competição. O piloto Alessandro Weirich e a navegadora Gabriela Weirich são de Curitiba (PR) e encantaram o restante dos competidores e participantes do Transparaná levando a parceria de pai e filha para o alto do pódio.

A bordo de um Jimny amarelo, a dupla venceu os três primeiros dias de competição na categoria Light, destinada aos estreantes no rally, e só deu uma chance para os adversários nas últimas etapas do Transparaná quando os competidores saíram de Castro e encerraram a competição em Curitiba.

Confira abaixo as cinco melhores duplas de pilotos e navegadores do 26º Transparaná em cada categoria:

MASTER
1º Gustavo Schmidt – Guga (São José-SC) e Enedir da Silva Junior – Bolacha (Chapecó-SC)
2º Flávio Roberto Kath – Poder (Blumenau-SC) e Rafain Walendowsky (Brusque-SC)
3º Marcelo Gouveia – Sapatero (Curitiba-PR) e Igor Guirrembach (Castro-PR)
4º Leandro Rodrigo Riffel (Piratuba-SC) e Michael Masson (Capinzal-SC)
5º Cristiano Rocha (Luiz Eduardo Magalhães-BA) e Roberto Spessato (Chapecó-SC)

GRADUADO
1º Júlio Schlindwein Júnior – Kuka e Ivo Renato Mayer (Brusque-SC)
2º Deonilson Salla – Marvado e Leandro Macedo Ferreira – Lelê (Curitiba-PR)
3º Juliano Meira e Rafael Benavides (Sorocaba-SP)
4º Dirceu Potrich (Ipira-SC) e André Luiz Lenger – Bulita (Chapecó-SC)
5º Ivan Roberto Laidens (Curitiba-PR) e Leonardo Menarim (Castro-PR)

TURISMO
1º Rafael Decker (Cascavel-PR) e Marcos Vinícius Marchioro (Francisco Beltrão-PR)
2º César Leobet e Eduardo Leobet (Piratuba-SC)
3º Gustavo Amorim e Débora Bonatti (Santo André-SP)
4º Eder Reis (Brusque-SC) e André Tondin (Piratuba-SC)
5º Matheus Henrique do Nascimento e Juliano Fross (Toledo-PR)

LIGHT
1º Alessandro Weirich e Gabriela Weirich (Curitiba-PR)
2º João Martins Marques e Fabiana Gonçalves Marques (Maringá-PR)
3º Marcelo Vassoler Sanches e João Batista de Freitas (Guarulhos-SP)
4º Vinícius Parizotto e Felipe Tavares (Castro-PR)

Texto: Aline Ben da Costa/Comunicação 4×4

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