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VNT Paranaense… Era uma vez?

Grid de largada da etapa final do Campeonato Paranaense de 2013, categoria Marcas
Grid de largada da etapa final do Campeonato Paranaense de 2013, categoria Marcas

Em um passado (um pouco distante – década de 1980) o Campeonato Paranaense de VNT (Velocidade na Terra) era referência no Brasil e inspirava a prática da modalidade em outros estados como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O Paraná tinha vários autódromos com pista de terra batida e atraía multidões (Veja imagem da reportagem em anexo no jornal Correio de Notícias) que vibravam com as manobras arrojadas e ultrapassagens em alta velocidade em partes do traçado onde, geralmente, se pouparia o carro.

Correio de Notícias, edição n. 1906 de 05 de outubro de 1987, página 14

Nesta época, o organizador do Campeonato Paranaense de VNT era o senhor Euriel Zanetti, membro da Federação Paranaense de Automobilismo (FPRA). O Autódromo de asfalto em Pinhais, embora com problemas de estrutura física e financeira, promovia competições de várias categorias do esporte a motor, ainda assim, a sensação eram as corridas nas pistas de terra. Na década seguinte, com a restruturação do autódromo de Pinhais, pilotos e equipes foram aos poucos migrando para as disputas no asfalto, e os circuitos de chão batido foram sucumbidos pelo crescimento das cidades sedes e pelos grids cada vez menores. A verdade é que pouco se fez pela manutenção e promoção da prática automobilística em pistas de terra, tanto para atrair novos pilotos como público.

O campeonato de VNT voltou a atrair adeptos na década de 2000. Com a promoção e organização de Gastão Vosgerau, também responsável pelas chaves dos portões do Autódromo de São José dos Pinhais, no bairro São Marcos, e fiscalizado pela FPRA, a modalidade parecia retomar o prestígio. Infelizmente, o automobilismo como um todo passa por maus bocados, não só no Brasil, mas no mundo. Além da economia mingua, organizadores, autoridades e pilotos parecem puxar a corda cada um para um lado, o que obviamente não levará ninguém a lugar nenhum.

Em 2015, de acordo com dados estatísticos, com três competições na Terra disputando pilotos entre si – regional em S.J. dos Pinhais, regional em Ponta Grossa e o estadual -, o Campeonato Paranaense de VNT registrou os menores grids da história. Algumas categorias entraram na pista com quatro carros e tiveram que completar a largada com veículos de outras classes. No início da temporada 2016, o Paranaense de VNT voltou a ter grids mais cheios e nas cercas em volta da pista, pelo menos em São José dos Pinhais, mais olhares atentos nas disputas entre os competidores.  Novamente, pilotos e público deixaram de ser cativados e o certame de 2016 encerrou com um descontentamento por grande parte dos envolvidos.

Estamos no segundo mês de 2017 e não há certeza de que o Campeonato Paranaense de VNT será disputado. Segundo informações de José Mario do Amaral, da FPRA, o presidente Rubens Gatti tenta junto aos clubes de São Jose dos Pinhais e Ponta Grossa viabilizar a temporada 2017 na Terra e aguarda resposta até amanhã, quarta-feira. A informação que conseguimos é que o  Automóvel Clube de São José dos Pinhais não tem interesse em realizar provas da VNT neste ano e que se a FPRA estiver disposta a pista poderá ser arrendada para a realização do evento. Após a publicação desta matéria o sr. Gastão Vosgerau respondeu que não tem nenhuma informação para divulgar, embora um áudio com a afirmação gravada por ele esteja circulando entre os pilotos. Já o sr. Odivaldo Alves, do Ponta Grossa Motor Clube, declarou que acha difícil que o campeonato aconteça. Segundo ele, os pilotos é que não demonstraram interesse em participar da competição neste ano em virtude dos custos altos. Se a FPRA resolver promover e organizar o campeonato ele está aberto ao diálogo.

Com este impasse, esperamos que o Campeonato Paranaense de VNT não fique limitado aos recortes antigos de jornais e as histórias contadas pelos “velhos” automobilistas: Era uma vez…

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